Em um cenário onde a informação se tornou um dos ativos mais valiosos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vem como “A” proteção essencial, trazendo diretrizes rigorosas para a gestão de dados pessoais. E se adequar à LGPD não é apenas uma obrigação legal, mas uma ação ética e estratégica que impacta diretamente a credibilidade e a sustentabilidade dos negócios.
Ignorar essa legislação pode resultar em consequências severas, incluindo punições financeiras significativas e danos à reputação. Então vamos conhecer algumas das ações mais importantes para ficar em conformidade com a LGPD.
O que devo saber sobre a LGPD?
Para começar, a LGPD impõe uma série de obrigações e responsabilidades às organizações e determina que cada uma deve adotar protocolos de segurança avançados para proteger os dados pessoais contra acessos não autorizados, prevenir vazamentos de dados. Isso envolve a implementação de medidas como sistemas de criptografia avançada, políticas de controle de acesso rigorosas e a implementação de sistemas de monitoramento e alerta em tempo real para identificar e minimizar potenciais ameaças à segurança dos dados.
Além disso, a LGPD exige a nomeação de um Encarregado de Proteção de Dados (DPO), um papel fundamental dentro das organizações responsável por monitorar a conformidade com a lei, atuar como ponto de contato entre a empresa, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). O DPO deve possuir conhecimento especializado na área de proteção de dados e trabalhar de forma independente para assegurar que todos os processos de tratamento estejam alinhados com as disposições legais.
Ainda sobre o DPO, de acordo com o § 3º do artigo 41 da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD e artigo 11 da Resolução CD/ANPD 2/22, empresas de pequeno porte podem ser dispensadas da obrigação, porém ainda devem disponibilizar um canal para atender os titulares dos dados, tratar de reclamações e tomar providências necessárias. Por outro lado, as empresas de pequeno porte que realizam tratamento de dados pessoais de alto risco, não são beneficiadas, e também são obrigadas a ter um DPO.
Como ficar em conformidade com a LGPD?
A lei também enfatiza a importância da minimização dos dados, ou seja, as empresas devem coletar apenas os dados estritamente necessários para atingir seus objetivos. O que significa que os dados devem ser coletados apenas para propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem a possibilidade de tratamento posterior de maneira incompatível com essas finalidades.
A conformidade com a LGPD exige uma abordagem holística que integra práticas de segurança da informação, governança de dados e compliance legal. As empresas devem estabelecer um programa de compliance que inclua a realização regular de auditorias de segurança, treinamentos de conscientização e a implementação de políticas claras de privacidade e proteção de dados. A falha em estabelecer esses mecanismos não só aumenta o risco de violações de dados, mas também pode levar a penalidades severas.
E, em caso de incidentes de segurança que possam acarretar risco ou dano relevante aos titulares, a LGPD exige que a empresa notifique a ANPD e os titulares dos dados afetados em um prazo razoável, conforme definido pela autoridade. Isso visa garantir a transparência e permitir que as medidas cabíveis sejam tomadas para proteger os indivíduos afetados.
Mapeie a avalie os riscos
É recomendado realizar o Relatório de Impacto à Proteção de Dados (RIPD) ou DPIA (Data Protection Impact Assessment), como é mais conhecido, para avaliar o que pode gerar riscos elevados aos direitos e liberdades dos indivíduos.
O RIPD ou DPIA é uma ferramenta crítica que contém a descrição dos processos de tratamento de dados pessoais e ajuda a identificar, avaliar e mitigar os riscos à liberdade civil e aos direitos fundamentais, garantindo que as medidas de proteção sejam adequadas e eficazes. Ela também reforça a confiança dos titulares sobre a forma como seus dados pessoais são tratados pela empresa, tornando todo o processo mais transparente e otimizando a comunicação.
Além disso, um entendimento profundo do fluxo de dados dentro da organização é fundamental para a conformidade com a LGPD. As empresas devem mapear como os dados pessoais são coletados, processados, armazenados e eliminados, assegurando que cada etapa esteja em conformidade com a legislação e que os direitos dos titulares dos dados sejam respeitados.
Política de Privacidade e a LGPD
A política de privacidade é um documento fundamental que serve como a base da comunicação entre a empresa e os usuários sobre o tratamento de dados pessoais. Este documento é essencial para demonstrar a conformidade da empresa, e deve cumprir com os requisitos legais, ser redigidos de forma clara e compreensível, evitando jargões técnicos que possam confundir os usuários.
Ela deve especificar os tipos de dados coletados, os propósitos do tratamento, a duração do armazenamento, os direitos dos titulares dos dados, como o direito de acesso, retificação, cancelamento e oposição ao tratamento, e como esses direitos podem ser exercidos. Além disso, devem informar sobre as medidas de segurança implementadas para proteger os dados contra acessos não autorizados, perdas ou vazamentos.
A política de privacidade deve ser facilmente acessível, preferencialmente com um link direto na página inicial do site da empresa, e devem ser apresentados aos usuários de forma que seja necessário um ato explícito de consentimento, como marcar uma caixa de seleção, para garantir que eles estejam cientes e concordam com o tratamento de seus dados.
Além disso, é recomendável que as empresas revisem e atualizem regularmente as políticas para refletir quaisquer mudanças nas práticas de tratamento de dados ou na legislação aplicável, garantindo assim uma transparência contínua e o fortalecimento da confiança dos usuários. Pois é elemento chave na construção de um relacionamento transparente e ético com os clientes.
E se a empresa não aderir às exigências da LGPD, qual o impacto?
A não conformidade com a LGPD pode resultar em punições administrativas, incluindo advertências, limitação das atividades de tratamento de dados, suspensão ou proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas ao tratamento de dados e multas de até R$50 milhões ou 2% do faturamento da empresa.
Portanto, é imperativo que as organizações compreendam profundamente a LGPD e implementem as medidas necessárias para garantir sua conformidade. Além das punições que podem ocorrer, as empresas podem sofrer danos à reputação e perder a confiança de seus clientes. O custo da não conformidade vai além das multas, afetando a sustentabilidade e a competitividade do negócio no mercado.
Não deixe para depois!
A LGPD já é uma realidade e exige uma resposta imediata e eficaz das organizações. A conformidade não é apenas uma questão legal, mas um componente crítico da estratégia de negócios que protege a empresa, seus clientes e parceiros. Garanta a segurança e a privacidade dos dados em todos os aspectos do seu negócio. Não espere a fiscalização bater à sua porta, aja o quanto antes para proteger seu negócio e fortalecer sua posição no mercado.
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